“Pessoas com altos níveis de maestria não se podem dar ao luxo de escolher entre razão e intuição, ou entre cabeça e coração, assim como não iriam escolher andar com uma perna ou ver só com um dos olhos”,
Peter Senge.
Quão rapidamente você se adaptou às mudanças impostas pela pandemia? Quão fácil foi para você cultivar conexão e relações de confiança com as equipes em modelo de trabalho virtual?
O mundo avançou e acelerou ao longo dos últimos anos, e ainda mais durante este inesquecível 2020. Mas o nosso cérebro segue sendo o mesmo de há 10000 anos atrás e não evoluiu na mesma velocidade. Logo, ele funciona em grande medida ainda em um modo de sobrevivência, como no tempo da pré-história.
Sabemos hoje da neurociência, biologia e psicologia que as emoções são criadas por nós, a maioria das vezes de forma inconsciente, como uma reação ao que nos acontece externamente, como um sinal de alerta para nos podermos “defender” e “aprender”.
Para o cérebro, todas as mudanças que aconteceram desde o início do ano, toda a incerteza e ambiguidade associadas a como vai ser o futuro, geram emoções e sensações de medo e ansiedade. Essas emoções, se não identificadas e não gerenciadas, levam a reações de ataque, de fuga ou mesmo bloqueio e depressão. E aí as nossas capacidades de resolução de conflitos, resolução de problemas, planejamento, adaptação à mudança, comunicação e conexão ou gestão de equipes ficam debilitadas.
Em estudos feitos recentemente, se determinou que só a Inteligência Emocional é um dos mais fortes indicadores de performance, determinando 58% de sucesso em todo o tipo de ocupações, ainda mais em situações de mudança ou de crise, como estamos vivendo atualmente.
Inteligência emocional é definida como a habilidade de identificar e gerenciar as nossas emoções, assim como as emoções dos outros. E o que faz um líder emocionalmente inteligente?
Na prática ter inteligência emocional não significa negar ou bloquear as emoções, pois elas não são evitáveis.
E por outro lado também não significa deixar a emoção correr descontrolada, pois se não temos consciência das emoções que surgem dentro de nós, elas podem “assumir o controle” e influenciar a nossa capacidade de pensar com clareza, de perceber a realidade e o ambiente em que estamos e de buscar soluções, de controlar as nossas ações e palavras e de lidar com as reações dos outros e no fim de ser eficazes e produtivos.
Ter Inteligência Emocional significa trazer consciência e gestão ativa ao processo, isto é, usar as emoções, que percebemos em nós e nos outros, como informação para melhor nos entendermos e entender o que está acontecendo à nossa volta e, a partir daí, escolher intencionalmente, de forma equilibrada e adequada à situação, atitudes que permitam não só gerenciar as emoções, mas também definir estratégias e ações que tragam mais resultados para todos os envolvidos.
Equipes, cujos líderes não se mostram emocionalmente inteligentes, apresentam maior rotatividade, mais conflitos, menor produtividade, maior dificuldade em lidar construtivamente com mudanças ou crises e maiores índices de stress e esgotamento.
Equipes com líderes emocionalmente equilibrados são mais confiantes, leais, comprometidas, autónomas, criativas e produtivas.
E você? Já parou para pensar?
Como está equilibrando a sua assertividade com a sua empatia?
Como você está equilibrando o seu controle de impulsos com a sua tolerância ao stress?
Como está equilibrando a sua expressão emocional com as suas relações interpessoais?
Como está a sua solução de problemas com a sua leitura de realidade ou a sua flexibilidade?
Quão melhores formos a equilibrar a nossa emoção e nossa razão com inteligência, maior a probabilidade de sucesso neste ambiente disruptivo que vivemos!
Susana Azevedo
Coach Executiva, Facilitadora International e CEO da ns2a